22 de out. de 2014

Manual do Jovem Orientista - Dica nr 39

Dica no 39: Outras matérias ligadas à orientação.

Já é conhecida a vertente educativa da orientação, que está ligada a várias outras áreas de conhecimento. Na prática da orientação utilizamos bastante matemática, principalmente no cálculo de distâncias e azimutes. Aprendemos também assuntos ligados à geografia e ciências, no uso de mapas e bússola. 

Eu tive experiências com matérias ligadas à orientação, antes mesmo de ser orientista. Aos 14 anos de idade aprendi num curso de desenho técnico sobre vistas laterais, inferior e superior de peças, comparando com a representação gráfica em perspectiva isométrica. Notei que tinha facilidade em identificar as diferenças de representação e relacionar as vistas planas à visão tridimensional. Na orientação fazemos uso semelhante de representações em duas dimensões comparando com a realidade tridimensional. Quem tem facilidade em desenho técnico também pode ter facilidade para entender as curvas de nível e outras representações do relevo. 

Fiz um curso de eletrotécnica, onde estava incluída a parte de comandos elétricos industriais e, posteriormente, fiz também o curso de sistemas elétricos de aeronaves. Nessas áreas de trabalho é comum a representação dos circuitos elétricos por meio de diagramas de fiação elétrica, onde são representados, de acordo com uma convenção internacional, todos os dispositivos do sistema e todas as ligações elétricas e conectores. Ao interpretar um diagrama, para localizar uma pane num sistema qualquer, além de conhecer os símbolos, é necessário raciocinar com a sequência de funcionamento e com os pontos de energização e de aterramento (a corrente elétrica sempre flui na direção convencionada do ponto de energização para o ponto de aterramento). É um raciocínio muito semelhante ao que utilizamos na orientação, ao ler o mapa e analisar as opções de rota. Na resolução de panes elétricas, olhamos o diagrama do sistema em estudo, analisamos todos os caminhos da corrente elétrica através dos dispositivos e em seguida verificamos o que está acontecendo na realidade, testando os pontos de energização e a passagem de corrente nos equipamentos elétricos do sistema. Depois de analisar o diagrama é que vamos verificar o componente que não está funcionando, e fazemos o reparo necessário. Sempre tive facilidade em interpretar diagramas elétricos para solucionar panes, da mesma forma que tenho facilidade para interpretar os mapas de orientação.

Na época do curso de sistemas elétricos de aeronaves, quatro colegas meus que gostavam de correr também participaram dos treinamentos de orientação e tiveram relativa facilidade, com desempenho nos percursos acima da média dos demais, passando a ser titulares de minha equipe no segundo ano do curso. Isso comprova que várias matérias têm raciocínio semelhante ao da orientação e existe afinidade entre aqueles que têm facilidade nessas áreas de raciocínio e os orientistas. A situação recíproca também pode ser verdadeira. De maneira semelhante, nosso esporte ajuda a desenvolver o raciocínio lógico, a visão espacial e a rapidez de raciocínio, sendo útil em atividades de outras áreas de conhecimento. 

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